Apr 17 / Luiz Fernando Roque e Ignacio Espinola

Atualização de Mercado - Soja e Milho - 2025 04 17

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Nova safra norte-americana: plantio começou!


Foi dada a largada para a nova safra norte-americana de milho e soja. Os trabalhos de plantio já ocorrem em estados do cinturão produtor dos EUA, e o clima agora se torna fator fundamental para o mercado. Daqui para frente, os players irão se posicionar diariamente frente aos mapas de previsões climáticas para o avanço do plantio e desenvolvimento das lavouras semeadas. Atenção também será dada para os dados semanais de evolução dos trabalhos e condições das lavouras divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados toda segunda-feira.


Em relação ao milho, as máquinas começaram a avançar já nos primeiros dias de abril, com os primeiros dados de plantio sendo divulgados no dia 7 de abril. Segundo a última atualização semanal do USDA, até o dia 13 de abril o plantio chegava a 4% da área esperada, enquanto na semana anterior o percentual era de 2%. Em mesmo período do ano passado, o percentual chegava a 6%. A média das últimas cinco safras para o período é de 5%.

É importante lembrar que a área a ser semeada com milho nos EUA na temporada 2025/26 deve ter um crescimento importante em relação à temporada anterior, o que pode resultar em uma safra norte-americana recorde, caso o clima ajude. É provável que o USDA aponte para uma produção potencial superior a 390 milhões de toneladas em seu relatório mensal de oferta e demanda de maio, que será divulgado no dia 12.

Evolução do Plantio EUA – Milho

                                                                                                                Fonte: USDA, Hedgepoint

Evolução do Plantio EUA – Milho (top 10 estados em %)

                                                                                                                                                                                                                                              Fonte: USDA, Hedgepoint


Em relação à soja, os trabalhos de plantio começaram uma semana após o milho, com os primeiros dados sendo divulgados no dia 14 de abril. Segundo o USDA, até o dia 13 de abril o plantio atingia 2% da área estimada. Em mesmo período do ano passado, o percentual era de 3%, enquanto a média das últimas cinco safras para o período é de 2%.

Lembramos que, ao contrário do milho, a área de soja dos EUA na temporada 2025/26 deve ter uma queda importante em relação à temporada 2024/25, o que deve levar a uma safra inferior, mesmo com boas condições climáticas.

Evolução do Plantio EUA – Soja  

                                                                                                               Fonte: USDA, Hedgepoint

Evolução do Plantio EUA – Soja (top 10 estados em %)

                                                                                                                                                                                                                                                   Fonte: USDA, Hedgepoint



Conforme comentado, o clima agora se torna fator decisivo para o avanço dos trabalhos de plantio, definição das áreas e desenvolvimento das lavouras de soja e milho no cinturão produtor norte-americano.

Os mapas climáticos apontam para um período de grande umidade sobre o centro e o sul do cinturão produtor entre os dias 17 e 23 de abril, o que pode atrapalhar os trabalhos de plantio em alguns estados. Já os estados das Planícies do Norte devem registrar uma menor umidade, o que pode facilitar o avanço das máquinas.

No período entre os dias 24 e 30 abril, as chuvas se espalham por todo o cinturão produtor, com maiores acumulados novamente sendo esperados para estados das faixas central e sul.

Diante das previsões climáticas, é provável vermos atrasos na evolução dos trabalhos de plantio nesta segunda quinzena de abril, o que pode começar a levantar especulações relacionadas ao tamanho das áreas a serem semeadas dentro da janela ideal, mexendo com os contratos futuros em Chicago.

EUA - Previsão de Precipitações Acumuladas (mm) – 17 a 23 de abril

             Fonte: NOAA

EUA - Previsão de Precipitações Acumuladas (mm) – 24 a 30 de abril

             Fonte: NOAA



China e seu atual apetite por soja

O gigante asiático divulgou seus números de importação mais atualizados, mostrando o país importou 3,5 milhões de toneladas de soja em março, o que representa o menor volume mensal dos últimos 17 meses - ficando fora da faixa de cinco anos para o mês. Apesar desse número baixo, há uma expectativa de um apetite recorde por compras nos próximos meses. É esperado um recorde de 31,3 milhões de toneladas para o período de abril a junho, impulsionado pela grande safra brasileira de soja. De fato, na última semana a China comprou 40 navios - aproximadamente 2,5 milhões de toneladas- de soja brasileira, programados para entrega entre maio e junho.


Além disso, países como Argentina, Uruguai e Ucrânia estão surgindo como fornecedores alternativos viáveis, ajudando a reduzir a dependência da China de uma ou duas fontes.

Sobre o tema da origem, a recente guerra comercial com os Estados Unidos também começou a mudar a dinâmica das importações chinesas. Os EUA impuseram tarifas de 145% sobre as importações chinesas, o que provocou uma tarifa retaliatória de 125% por parte do governo chinês. Isso já começa a afetar os padrões comerciais. No último ano comercial, a China reduziu sua dependência da soja dos EUA, diminuindo sua participação de 31% para 20% do total das importações, ou cerca de 20,1 milhões de toneladas. Em contrapartida, as compras do Brasil aumentaram de 62% para 74%.

Dadas as atuais tensões entre os EUA e a China, parece provável que haja outro aumento nas importações brasileiras de soja. Um possível declínio nas exportações dos EUA poderia levar ao aumento dos níveis de estoque, pressionando para baixo os valores futuros e/ou à vista dos EUA, resultando, em última análise, em níveis mais baixos de preços “flat”.

Lembramos que a estimativa atual do USDA aponta para exportações de soja dos EUA de 49,67 milhões de toneladas na temporada atual. Desse montante, 4,5 milhões de toneladas já estão registradas para embarque, mas ainda não foram embarcadas. Além disso, ainda faltam 2,89 milhões de toneladas a serem registradas para se atingir a estimativa de exportações do USDA. Diante disso, podemos concluir que boa parte desses montantes estão “em risco” devido às tarifas, e cancelamentos podem ocorrer.

China - Importações Mensais de Soja (M Ton).

                                                                                                                                                         Fonte: China Customs

China – Importações Acumuladas de Soja (em mil ton)

                                                                                                                                                                   Fonte: China Customs



Embora a recente guerra tarifária entre os EUA, a China e outros participantes globais tenha trazido incertezas significativas ao mercado, as expectativas de um ano forte nas importações chinesas de soja permanecem. De acordo com o USDA, a China deverá importar 109 milhões de toneladas de soja este ano – volume próximo às 112 milhões de toneladas importadas no ano passado.


China – Oferta e Demanda de Soja (M Ton)

                                                                                                                                                                  Fonte: USDA, Hedgepoint



Como mencionado anteriormente, se a China tiver outro ano forte nas importações de soja, seus estoques finais deverão permanecer semelhantes aos níveis do ano passado. Entretanto, isso só será possível se a China aumentar seu ritmo de compras nos próximos meses diante da finalização da colheita de soja aumento do ritmo de exportação no Brasil, que normalmente atinge seu pico entre junho e julho.

Outro indicador da crescente demanda da China é o atual nível de estoque nos portos, que caiu perto do limite inferior da faixa de cinco anos, agora em 5,9 milhões de toneladas. Uma recuperação em direção à área de 7 milhões de toneladas não seria surpreendente.

China – Estoques de Soja nos Portos (em M Ton)

                                                                                                                                                                 Fonte: China Customs

Inteligência de Mercado – Grãos e Oleaginosas

Escrito por Luiz Fernando Roque e Ignacio Espinola
Luiz.Roque@hedgepointglobal.com
Ignacio.Espinola@hedgepointglobal.com

Revisado por Thais Italiani
Thais.Italiani@hedgepointglobal.com

www.hedgepointglobal.com

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