Feb 21 / Luiz Fernando Roque

Projeção de Safra: Soja Brasil - 2025 02 21

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"Nova estimativa da Hedgepoint para a safra brasileira de soja 2024/25: 171,5 milhões de toneladas"

Safra brasileira de soja 2024/25 é elevada para 171,5 milhões de toneladas

Nova projeção aponta para produção brasileira de soja ainda maior: 171,5 milhões de toneladas 


Nossa nova estimativa aponta para uma produção brasileira de soja de 171,5 milhões de toneladas na temporada 2024/25, com um aumento de aproximadamente 700 mil toneladas em relação à estimativa de janeiro.

O ajuste positivo deriva das grandes produtividades que são esperadas e já estão sendo registradas nas lavouras de estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia, onde os trabalhos de colheita começaram a avançar em um ritmo forte nos últimos dias. Lembramos que, apesar dos atrasos iniciais na semeadura nestes estados, após a chegada de chuvas, a partir de meados de outubro de 2024, o clima se mostrou bastante favorável ao desenvolvimento das lavouras, garantindo produtividades elevadas. É possível, ainda, que o final da colheita revele que as produtividades médias destes estados tenham atingido um novo recorde, garantindo também produções recordes devido ao aumento das áreas semeadas. Tais produtividades altas trazem alguma compensação às perdas que são esperadas para os estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul, onde o clima pouco úmido principalmente em janeiro trouxe problemas para o desenvolvimento das lavouras, que não atingirão seu potencial produtivo nesta temporada.

Em relação a este ponto, destacamos que apesar do ajuste positivo em nível nacional, houve ajustes negativos importantes nas produtividades médias esperadas para as lavouras do Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, além de um ajuste pontual para o estado do Paraná. Ou seja, tais perdas produtivas já estão “na conta” atual, que mesmo assim aponta para uma produção brasileira recorde. De qualquer forma, o clima ainda é um fator importante para o desenvolvimento final das lavouras e avanço dos trabalhos de colheita, principalmente no estado do Rio Grande do Sul, que tradicionalmente é um dos últimos estados a plantar e colher no país. Dessa forma, o que ocorrer com o clima nos próximos 30 a 60 dias ainda poderá alterar os números finais de produção, mesmo que pontualmente.

Com relação às últimas duas semanas, foi registrado um clima um pouco mais favorável na Região Sul com a chegada de umidade relevante e de temperaturas mais amenas que em janeiro, especialmente no Rio Grande do Sul. Tal fato pode ter impedido um aumento das perdas produtivas em boa parte do território gaúcho, melhorando a umidade dos solos e a temperatura para uma recuperação das plantas. Mesmo assim, sabemos que há perdas que já são irreversíveis em algumas áreas, mas a consolidação do tamanho das mesmas só se dará com o avanço da colheita, que deve começar em meados de março. Até lá, mantemos o alerta ligado para o Sul, mas com a estimativa de uma grande colheita em nível nacional.

Falando em colheita, até a última sexta-feira (14) aproximadamente 27% da área brasileira de soja estava colhida. O percentual fica um pouco abaixo do registrado em mesmo período do ano passado (29%), mas agora está acima da média das últimas cinco safras para o período (25%), indicando uma boa recuperação dos atrasos iniciais.

Soja Brasil - Área, Produtividade e Produção (M ha, ton/ha, M ton)

Fonte: Hedgepoint, Conab

Brasil – Anomalia de Precipitação – últimos 7 dias (mm)

             Fonte: NOAA

Brasil – Anomalia de Precipitação – últimos 14 dias (mm)

             Fonte: NOAA

Soja Brasil – Evolução da Colheita (até 14-fev)

Fonte: Safras

NDVI: Índice de Vegetação (Estados-chave)

Acompanhando a evolução dos “índices de diferença normalizada de vegetação” (NDVI, na sigla em inglês), encontramos amparo para nossas estimativas de grandes produtividades médias esperadas para os estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, além de amparo, também, para uma menor estimativa de produtividade média para o estado do Rio Grande do Sul.

Como podemos ver nos gráficos, os índices permaneceram acima da média e próximos da margem superior dos resultados dos últimos anos na maior parte do desenvolvimento das lavouras no Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, o que confirma um ótimo desenvolvimento das plantas e grande potencial produtivo nestes estados. Em contrapartida, o índice do Rio Grande do Sul mostra que de fato as lavouras gaúchas estão se desenvolvendo de uma forma menos saudável que em anos anteriores, mas, ao mesmo tempo, ainda estão longe de uma “catástrofe” em nível estadual, com o índice atual voltando a se aproximar da média considerada normal após a melhora climática recente.

NDVI - Mato Grosso

             Fonte: Reuters

NDVI - Minas Gerais

             Fonte: Reuters

NDVI - Goiás

             Fonte: Reuters

NDVI - Rio Grande do Sul

             Fonte: Reuters

Fenologia das Lavouras

Soja Brasil - Fenologia em 16-fev

Fonte: Conab

Em relação à fenologia das lavouras brasileiras, os últimos dados da Conab indicam que até o dia 16 de fevereiro 28,7% das lavouras do país ainda estão em fase de enchimento de grãos. A maior parte deste percentual se encontra no Rio Grande do Sul. Além disso, 2,1% das lavouras ainda estão em fase de desenvolvimento vegetativo e 7,4% em fase de floração, sendo a grande maioria também no Rio Grande do Sul. Diante disso, reforçamos o alerta e a necessidade de acompanhamento do clima nas próximas semanas para o desenvolvimento da safra gaúcha.

Para efeito de comparação, em mesmo período do ano passado os percentuais nacionais eram: 24,6% enchimento de grãos, 5,5% desenvolvimento vegetativo e 13,4% floração.


Previsões climáticas para as próximas semanas

Os mapas climáticos apontam agora para um período de pouca umidade sobre a maior parte do país entre os dias 20 e 26 de fevereiro, o que deve permitir um melhor avanço dos trabalhos de colheita na faixa central do Brasil. Em contrapartida, a menor umidade esperada para a região Sul deve voltar a aumentar as preocupações em relação ao desenvolvimento das lavouras no Rio Grande do Sul, o que merece uma atenção especial.

Já no período entre os dias 27 de fevereiro e 5 de março, a umidade volta para o Rio Grande do Sul e para o norte do Mato Grosso. Além disso, chama a atenção as grandes precipitações esperadas para a Região Norte, que além de provavelmente atrapalhar os trabalhos de colheita pode também atrapalhar o escoamento da safra para exportação para os portos do Arco Norte, o que pode impactar os prêmios de exportação e basis.


Brasil – Previsão de Precipitação – 1 a 7 dias (mm)

Fonte: NOAA

Brasil – Previsão de Precipitação – 8 a 14 dias (mm)

             Fonte: NOAA

Com relação às temperaturas, os próximos 14 dias devem voltar a trazer temperaturas um pouco mais elevadas para o estado do Rio Grande do Sul, o que somado à baixa umidade esperada deve ser desfavorável ao desenvolvimento das lavouras.

Brasil - Anomalia de Temperatura – 1 a 14 dias (°C do normal)

Fonte: INMET

Olhando mais a frente, para todo o mês de março, os mapas climáticos voltam a apontar para uma menor umidade sobre o Sul do Brasil, o que mantém o alerta o ligado para o final do desenvolvimento das lavouras no Rio Grande do Sul devido ao possível aumento das perdas produtivas.

Brasil – Previsão de Precipitação Total – Março/25 (mm)

Fonte: INMET

Inteligência de Mercado – Grãos e Oleaginosas

Escrito por Luiz Fernando Roque
Luiz.Roque@hedgepointglobal.com

Revisado por Thais Italiani
Thais.Italiani@hedgepointglobal.com

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