Mar 21 / Luiz Fernando Roque

Projeção de Safra: Soja Brasil - 2025 03 21

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"Safra brasileira é reduzida para 170,1 milhões de toneladas, mas permanece em nível recorde"

Safra brasileira de soja 2024/25 é reduzida para 170,1 milhões de toneladas

Safra brasileira é reduzida para 170,1 milhões de toneladas, mas permanece em nível recorde


Nossa nova estimativa traz uma redução para a safra brasileira de soja 2024/25 em relação à estimativa anterior (fevereiro), com uma produção agora projetada em 170,1 milhões de toneladas (171,5 na projeção de fevereiro).

Mesmo com a redução, o patamar atual ainda indica uma produção brasileira recorde na temporada 2024/25, além de uma recuperação importante em relação às perdas produtivas registradas na safra 2023/24, quando a produção ficou em torno de 153 milhões de toneladas.

O ajuste negativo derivou da diminuição do potencial produtivo das lavouras do Rio Grande do Sul, Estado que voltou a sofrer com a baixa umidade e temperaturas elevadas nos últimos dias de fevereiro e primeiros dias de março. Tal fato impactou ainda mais as lavouras que já sofriam com déficit hídrico desde o final de dezembro, ampliando as perdas produtivas nas lavouras semeadas de forma mais precoce e localizadas principalmente no Noroeste gaúcho. Apesar das perdas produtivas, temos que destacar, também, que há lavouras em condições boas em algumas regiões do Estado, o que indica que principalmente a má distribuição de chuvas foi determinante para uma produção estadual menor nesta temporada.

O corte de produção no Rio Grande do Sul nesta última estimativa contrasta com o aumento nos potenciais produtivos de importantes estados produtores da faixa central do país, com destaque para os estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
No Mato Grosso, o avanço da colheita tem revelado a maior produtividade média da história do Estado, o que somado ao aumento da área resulta em uma produção recorde do maior estado produtor do país, com uma safra superior a 49 milhões de toneladas.
Da mesma forma, produtividades elevadas e possivelmente recordes também estão levando a produções históricas nos estados de Minas Gerais e Goiás.

Diante disso, podemos dizer que as grandes produções dos estados da faixa central do país trazem alguma compensação para as perdas do Rio Grande do Sul em nível nacional, garantindo uma produção brasileira recorde.

Em relação à colheita dessa “supersafra”, os trabalhos de colheita continuaram avançando em um bom ritmo nas últimas semanas, garantindo uma forte recuperação dos atrasos acumulados nas primeiras semanas do ano. Até o dia 14 de março, aproximadamente 70% da área brasileira de soja estava colhida, o que indica um ritmo superior à média das últimas cinco safras, que fica em torno de 64%, e superior ao mesmo período da temporada passada (60%). Se por um lado o clima pouco úmido registado na maior parte do país nas últimas semanas voltou a trazer problemas para o desenvolvimento das lavouras do Rio Grande do Sul, por outro permitiu um forte avanço das máquinas nas lavouras da faixa central do Brasil.

Soja Brasil - Área, Produtividade e Produção (M ha, ton/ha, M ton)

Fonte: Hedgepoint, USDA

Brasil – Anomalia de Precipitação – últimos 15 dias (mm)

             Fonte: NOAA

Brasil – Anomalia de Precipitação – últimos 30 dias (mm)

             Fonte: NOAA

Soja Brasil – Evolução da Colheita (até 14-mar)

Fonte: Safras

NDVI: Índice de Vegetação (Rio Grande do Sul)

Acompanhando a evolução dos “índices de diferença normalizada de vegetação” (NDVI, na sigla em inglês), voltamos a encontrar amparo para o corte produtivo no Rio Grande do Sul.

Como podemos ver no gráfico, após um rápido período de melhora o índice das lavouras gaúchas voltou a ficar abaixo da média das últimas safras entre o final de fevereiro e primeiros dias de março, indicando um desenvolvimento médio inferior ao considerado regular para o Estado.

NDVI - Rio Grande do Sul

             Fonte: Reuters

Fenologia das Lavouras

Soja Brasil - Fenologia em 16-mar

Fonte: Conab

Em relação à fenologia das lavouras brasileiras, os últimos dados da Conab indicam que até o dia 16 de março 10,7% das lavouras do país ainda estavam em fase de enchimento de grãos. Além disso, 2,3% das lavouras ainda estavam em fase de floração, enquanto 16,7% em fase de maturação. A maior parte dessas lavouras se encontra no Rio Grande do Sul e em estados das regiões Norte e Nordeste.

Para efeito de comparação, em mesmo período do ano passado os percentuais nacionais eram: 15,8% enchimento de grãos, 3,4% floração e 18,2% maturação.

Previsões climáticas para as próximas semanas

Os mapas climáticos apontam agora para um período de maior umidade sobre os estados do Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás entre os dias 21 e 27 de março, o que pode impedir um melhor avanço dos trabalhos de colheita. Os demais estados produtores do país também devem receber alguma umidade no período, mas com volumes menos expressivos.

Já no período entre os dias 28 de março e 3 de abril, a umidade deve continuar presente na maioria dos principais estados produtores do país, mas com acumulados menores, o que não deve trazer problemas para o avanço da colheita.

Para o Rio Grande do Sul, Estado que ainda precisa de umidade para a finalização do desenvolvimento das lavouras e para redução de danos, as próximas duas semanas devem trazer um cenário um pouco mais favorável, o que pode impedir o aumento das perdas produtivas.


Brasil – Previsão de Precipitação – 1 a 7 dias (mm)

Fonte: NOAA

Brasil – Previsão de Precipitação – 8 a 14 dias (mm)

             Fonte: NOAA

Inteligência de Mercado – Grãos e Oleaginosas

Escrito por Luiz Fernando Roque
Luiz.Roque@hedgepointglobal.com

Revisado por Ignacio Espinola
Ignacio.Espinola@hedgepointglobal.com

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