Após o vencimento do programa “Precios Justos”, na Argentina, os valores da gasolina e do diesel registraram um aumento de aproximadamente 10% no dia 01/11.
O controle de preços, imposto pelo governo argentino para conter a inflação, é apontado como a principal causa do desabastecimento de combustíveis no país.
Situação está se normalizando no momento, mas riscos de desabastecimento ainda são possíveis nos próximos meses.
A
falta de abastecimento de gasolina e diesel que ocorreu nos postos de gasolina
na Argentina é um reflexo da crise econômica e do controle de preços. Mesmo
produzindo mais petróleo do que sua demanda doméstica, o país enfrenta sérios
problemas em seu setor energético.
Um
dos desafios reside no fato de que não é suficiente possuir petróleo; é
necessário submetê-lo a um processo de refino para convertê-lo em produtos
prontos para atender às demandas do mercado. Neste quesito, as refinarias da
Argentina não dão conta de atender o mercado interno, precisando recorrer às
importações de combustíveis para suprir a demanda doméstica.
Contudo,
comprar produtos prontos de fornecedores estrangeiros, exige dólares, pois
grande parte das commodities energéticas são negociadas na divisa americana,
moeda escassa na Argentina por conta do seu rígido controle cambial.
Ainda,
na tentativa de conter a inflação, o governo, através da sua empresa de capital
misto, a petroleira YPF, repassa o barril de petróleo a um preço abaixo do
internacional às refinarias do país. Isso resulta em um “barateamento” dos
produtos refinados, mesmo que de maneira artificial.
Portanto,
como atender a parcela do mercado que não consegue ser suprida com a produção
interna de combustíveis? A resposta é a importação. Contudo, como tornar viável
essa operação se o controle de preços remove os incentivos do mercado em trazer
combustíveis de fora da Argentina?

Fonte: Global Petrol Prices (Octano-95, 30-out-2023)