Antes de mais nada, é necessário reconhecer que os desafios políticos na Líbia são significativos. O fechamento de seu principal campo de petróleo, capaz de produzir 300.000 barris de petróleo por dia, aumentou o risco de menor disponibilidade de petróleo bruto. Além disso, as tensões crescentes no Mar Vermelho, decorrentes do conflito entre Israel e o Hamas, aumentam a possibilidade de interrupções no fornecimento de petróleo.
Entretanto, esses eventos trazem mais volatilidade do que confirmação para um mercado em alta. Há uma quantidade crescente de petróleo sendo produzida, o que reduz o déficit atual do mercado e compensa os riscos mencionados acima. A Rússia exportou cerca de 3,78 milhões de bpd na última semana de 2023, um nível não visto desde julho. A Venezuela, um país anteriormente sancionado pelo Ocidente, aumentou suas exportações em 12% em 2023, para aproximadamente 700.000 barris por dia.
Embora a produção esteja aumentando globalmente, ainda há uma incerteza considerável sobre a demanda de energia nas principais economias do mundo, o que normalmente resulta em um sentimento baixista em relação ao mercado. Por exemplo, na semana passada, houve um aumento de mais de 10 milhões de barris nos estoques de gasolina e óleo para aquecimento nos Estados Unidos, indicando que as refinarias podem precisar de menos petróleo bruto nas próximas semanas.
Dito isso, é importante reconhecer que 2024 pode ser altista.
A perspectiva de cortes nas taxas de juros em março deste ano deve impulsionar as commodities de energia. Como o complexo energético geralmente reflete as tendências macroeconômicas, um ciclo monetário menos restritivo será um fator de apoio para os preços. Além disso, o desempenho histórico recente do WTI mostrou forte suporte em US$ 70. Portanto, as evidências técnicas mostram que o petróleo não cairá para níveis muito mais baixos do que os atuais, pelo menos não agora.