
Volatilidade Persiste no Mercado do Cacau
- Os preços do cacau seguem apresentando variações, o que reforça a perspectiva de volatilidade da commodity para o curto-médio prazo.
- As chuvas ficaram acima da média em algumas regiões da África Ocidental, porém um volume regular de chuvas ao longo das próximas semanas é de extrema importância para o início da safra 25/26.
- A qualidade das amêndoas colhidas ainda preocupa o mercado.
- A Costa do Marfim pretende limitar as exportações da safra 25/26 a 1,3 milhão de toneladas.
- O aumento do spread julho/setembro 25 ressalta a preocupação do mercado com a disponibilidade no curto prazo, indicando um suporte aos preços atuais.
Volatilidade Persiste no Mercado do Cacau
Os preços do cacau seguem apresentando variações, o que reforça a perspectiva de volatilidade da commodity para o curto-médio prazo. Analisando as últimas semanas, o contrato de julho chegou a atingir uma máxima de 3 meses e meio na semana do dia 19 de maio, seguido de correções de preço, fechando a quinta-feira 05 de junho a 10.076 USD/mt em Nova York e 6.612 GBP/mt em Londres, com nova alta.
Dentre os fatores que tem influenciado na dinâmica dos preços, o mercado tem acompanhado com atenção o clima na África Ocidental. Na Costa do Marfim e em Gana, o volume de chuvas ficou acima da média em algumas regiões produtoras nas últimas semanas, trazendo certo alívio às expectativas de oferta para a safra intermediária 24/25 (abril 25 a setembro 25) e início da safra 25/26, caso as chuvas continuem. Porém, o volume acumulado desde o início da safra permanece abaixo da média para os dois países.
Precipitação Acumulada Ponderada pelos Distritos Produtores da Costa do Marfim (mm)

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Precipitação Acumulada Ponderada pelas Regiões Produtoras de Gana (mm)

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Vale ressaltar que a queda na qualidade das amêndoas colhidas agora em algumas regiões da Costa do Marfim – que passaram por um período de estiagem no início do ano – ainda preocupa, assim como a constância do volume de chuvas ao longo de junho e julho, o que é essencial para bons resultados na próxima safra principal. Modelos climáticos preveem chuvas dentro da média nas principais regiões produtoras de cacau da África Ocidental para os próximos dias. Isso poderia contribuir para uma certa estabilidade dos preços, desde que as condições climáticas permaneçam favoráveis.
No entanto, vários fatores continuam a apoiar uma perspectiva de alta. Por exemplo, a oferta atual na Costa do Marfim continua restrita. Embora as chegadas aos portos até 1º de junho tenham sido 7,69% maiores em relação ao ano anterior, elas ainda estão 10,95% abaixo da média de cinco anos. Além disso, desde o início da colheita, o ritmo das entregas diminuiu visivelmente.
Entregas de Cacau no Portos da Costa do Marfim (‘000 tons)

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Nesse sentido, em função do andamento da safra atual e a possibilidade de um terceiro ano seguido de produção penalizada (a depender do volume de chuvas nas próximas semanas), o órgão regulador do cacau da Costa do Marfim planeja limitar as vendas contratadas para a próxima safra 25/26 a 1,3 milhão de toneladas, em comparação com uma média de 1,7 milhão. Além disso, cerca de metade dos contratos já foi comercializada até o momento. Como resultado, o principal fornecedor tem disponibilidade limitada restante da safra atual, e seu papel nos fluxos comerciais globais da próxima temporada é incerto, altamente dependente das condições climáticas. Isso reforça ainda mais a narrativa altista.
Visto o cenário atual, o spread entre os contratos de julho 25 e setembro 25, tanto em Nova York quanto em Londres registraram aumento significativo nos últimos dias, sinalizando possível suporte de curto prazo para os preços. No entanto, vale reforçar que caso haja ocorrência de chuvas regulares nas regiões produtoras da África Ocidental ao longo de junho e julho, a perspectiva de oferta para a safra 25/26 tende a aliviar as tensões gradualmente, assim como a pressão nos preços das amêndoas. Além disso, a expectativa de produção para outras origens, como Equador, segue positiva.
Cacau Nova York: N25 - U25 Spread (USD/mt)

Fonte: LSEG
Cacau Londres: N25 - N25 Spread (GBP/mt)

Fonte: LSEG
Em resumo
Os preços do cacau seguem marcados por volatilidade. A dinâmica atual do mercado tem sido influenciada pelas condições climáticas na África Ocidental, com chuvas recentes acima da média em algumas regiões produtoras, o que pode aliviar as preocupações com a safra 25/26 – desde que o padrão climático se mantenha. No entanto, o volume acumulado de chuvas na temporada atual 24/25 ainda está abaixo da média histórica, e a qualidade das amêndoas colhidas ainda preocupa.
O principal órgão regulador do cacau da Costa do Marfim pretende limitar as exportações para a safra 25/26, diante do risco de uma terceira safra com produção mais fraca. Dessa forma, o spread entre os contratos de julho 25 e setembro 25 registrou aumento, sinalizando possível suporte aos preços no curto prazo. Porém, se as chuvas regulares esperadas para algumas regiões da África Ocidental se confirmarem, e outras origens como Equador seguirem com bom desempenho, esse suporte pode enfraquecer no médio prazo.
Report Semanal — Cacau
Escrito por Carolina França
carolina.franca@hedgepointglobal.com
Revisado por Laleska Moda
laleska.moda@hedgepointglobal.com
www.hedgepointglobal.com
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