
Os títulos públicos dos EUA, alterações no IOF e os impactos no câmbio.
Os títulos públicos dos EUA, alterações no IOF e os impactos no câmbio.
Durante a semana passada, observamos uma leve valorização do real frente ao dólar, finalizando em R$ 5.663. Ainda que nos primeiros dias da semana a tendência tenha sido de estabilidade, desvalorizando um pouco entre a segunda feira (19) e a terça feira (20), de R$ 5.6512 para 5.7145, o pregão da sexta feira (23) apresentou maior volatilidade. No acumulado de maio, o real registra uma valorização de 0,5% enquanto, no ano de 2025, acumula 8,72%.
Desempenho Semanal do BRL/USD

Fonte: Reuters, Hedgepoint
Mercado Doméstico Brasileiro
Como principais fatores domésticos desta última semana, descartamos o aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre operações financeiras) comunicado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde da terça-feira (22), tendo já como data de início no próximo dia (23). A medida, juntamente com a contenção de BRL 31.3 bilhões no Orçamento, tem como objetivo a diminuição do déficit público, buscando cumprir a meta de “déficit zero” em 2025. Com o aumento do IOF o governo busca maior arrecadação de impostos, elevando sua captação de recursos.
Alterações Anunciadas ao IOF

Fonte: InfoMoney e outros, elaborados pela Hedgepoint
Fatores Globais e Commodities
No cenário global, as movimentações de mercado se deram devido ao rebaixamento feito pela agência Moody’s sobre a nota de crédito soberano dos EUA para AA+ com perspectiva estável, vindo de AAA com viés negativo. Importante destacar que este era o único rating das principais agências de rating (Fitch, Moody`s e S&P) remanescente nos níveis AAA, onde S&P já havia realizado tal revisão para AA+ estável em agosto de 2011 e a Fitch, seguindo a mesma direção em 2023.
O principal direcionamento que tal ação sinaliza para o mercado se dá pela trajetória insustentável de longo prazo da dívida americana e as sequentes ações sem sucesso pelo governo em endereçar questões sobre o déficit e custo elevado da dívida.
Evolução dos Títulos Americanos: 10Yr e 30Yr

Fonte: Reuters, Hedgepoint
Títulos públicos americanos com rendimentos (yield) elevados no longo prazo
- T-bills (curto prazo, até 1 ano)
- T-notes (médio prazo, 2 a 10 anos)
- T-bonds (longo prazo, 20 a 30 anos
- TIPS (protegidos contra inflação)
- Isso indica perda de confiança na saúde fiscal ou monetária do país emissor.
- Pode refletir expectativas de inflação mais alta no futuro ou maior prêmio de risco.
- Preços dos títulos caem à medida que os yields sobem (a relação é inversa).
Em Resumo
A combinação entre o rebaixamento do rating soberano dos Estados Unidos, a alta nos yields dos Treasuries de longo prazo e a aprovação de novas medidas fiscais expansionistas pelo Congresso americano eleva significativamente o nível de incerteza nos mercados globais. Esse cenário pressiona a curva de juros americana e aumenta a aversão ao risco, com efeitos diretos sobre os fluxos de capitais para economias emergentes como o Brasil.
Quanto ao Brasil, a elevação do IOF a partir de 23 de maio de 2025, embora tenha como objetivo reforçar o compromisso do governo brasileiro com o equilíbrio fiscal, pode ter um efeito adverso no curto prazo ao reduzir a atratividade do país para investidores estrangeiros e encarecer operações internacionais para empresas e indivíduos. A resposta do mercado a essas medidas será crucial para entender os próximos movimentos do câmbio.
Portanto, apesar de o real ter apresentado leve valorização nas últimas semanas, o equilíbrio permanece frágil. O comportamento da taxa de câmbio nos próximos dias dependerá da leitura do mercado sobre a sustentabilidade das medidas fiscais adotadas tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, além da sensibilidade aos fluxos de capital em um ambiente global de maior cautela. A volatilidade cambial deve continuar elevada, exigindo atenção redobrada por parte de agentes econômicos expostos ao risco de variação do dólar.
Relatório Semanal — Macro
Escrito por Guilhermo Marques
guilhermo.marques@hedgepointglobal.com
Revisado por Lívea Coda
livea.coda@hedgepointglobal.com
www.hedgepointglobal.com
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