Apr 11 / Alef Dias e Thais Italiani

Relatório Mensal Pós-WASDE - 2024 04 11

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"Comentários sobre os resultados do relatório do USDA."

Soja: Sem grandes ajustes, USDA aumenta estoque dos EUA e ignora alterações na safra do Brasil

Figura 1: Soja Brasil – Produção (M ton)

Fonte: USDA, Bloomberg, hEDGEpoint

Em modo de espera para o relatório de maio – a clássica atualização de inclusão da safra nova – o USDA trouxe agora em abril apenas ajustes marginais no quadro de oferta e demanda de soja nos EUA e simplesmente ingnorou o cenário da produção brasileira.

Nos EUA, o departamento confirmou menor demanda, ajustando para baixo as linhas de exportação e de uso para sementes. O ritmo de vendas de exportação embarcadas está perto das mínimas dos últimos 5 anos. Quanto ao uso de semente, o corte é em linha com o fato de a área reportada no relatório de intenção de plantio ter vindo abaixo da área do Fórum Agrícola.

Já com relação ao Brasil, a diferença entre a leitura do USDA para a produção de soja e a da Conab é a maior da história, 155M mt contra 146,5M mt, respectivamente.

Milho: Consumo doméstico a todo vapor nos EUA

Figura 2: Milho Brasil – Produção (M ton)

Fonte: USDA, Bloomberg, hEDGEpoint

Em linha com as expectativas do mercado, o USDA ajustou para cima duas linhas importantes de consumo de milho nos EUA: ração animal e uso para etanol. Dessa forma, o estoque final norte-americano foi reduzido, atingindo a expectativa do mercado dado os números do último relatório trimestral de estoque.

Para a América do Sul, o USDA trouxe menor leitura para a safra da Argentina, de 56 para 55M mt, refletindo corte no potencial produtivo. Já no Brasil, a decisão do departamento foi de manter sua leitura inalterada mesmo diante dos recentes cortes feitos pela Conab. Assim como na soja, a leitura das duas entidades para milho se distanciam mês a mês, com USDA estimando 124M mt enquanto a Conab trabalha com 111M mt.

Cabe destacar que a projeção de importação de milho pela China segue mantida em 23M mt, apesar dos recentes sinais de desaquecimento do apetite do gigante asiático.

Trigo: Números baixistas nos EUA roubam atenção do mercado

Figura 3: Trigo EUA - Estoque Final (M bu)

Fonte: USDA, Bloomberg, hEDGEpoint

Os números baixistas dos estoques finais dos EUA pesaram sobre os preços em meio aos números globais altistas. No balanço dos EUA, o consumo doméstico foi reduzido devido ao uso implícito de ração e resíduos abaixo do esperado no segundo e terceiro trimestres, com base no último relatório NASS Grain Stocks. Consequentemente, os estoques finais foram aumentados em 25M bu, mais do que a estimativa mediana.

No entanto, os números mundiais trouxeram alguns pontos de alta a serem considerados. Embora o mercado estivesse esperando estoques finais mundiais mais altos, o USDA apresentou um corte de 0,5M mt, devido ao aumento das exportações da Ucrânia e do consumo interno na Índia.

O uso de alimentos, sementes e industrial na Índia aumentou 2M mt neste mês, para 106,2M mt. Os últimos relatórios mensais de estoques emitidos pela Food Corporation of India mostram a continuidade das vendas no mercado aberto, já que o governo da Índia tenta limitar a inflação dos preços dos alimentos antes das eleições, que começam no final deste mês.

As exportações da Ucrânia aumentaram 1,5M mt chegando a 17,5M mt, pois os preços competitivos e a ampliação do horário de funcionamento dos portos de Odessa este ano permitiram o aumento da atividade exportadora.

Legenda dos Gráficos

Report Semanal — Grãos

Escrito por Alef Dias
alef.dias@hedgepointglobal.com

Escrito por Thaís Italiani
thais.italiani@hedgepointglobal.com

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