Praticamente um jogo de demanda!
Praticamente um jogo de demanda!
- A estrutura macroeconômica atual não é favorável ao complexo de commodities.
- Riscos como a desvalorização das moedas dos mercados emergentes, o aumento dos estoques das refinarias e uma economia chinesa mais fraca podem pressionar a demanda, reduzindo os prêmios FOB.
- Os fundamentos parecem estáveis, mas a escassez de disponibilidade pode não ser tão grave quanto o esperado no 4T/24. A temporada do México começou de forma saudável, e o Brasil continua com forte participação no mercado, com um déficit maior previsto apenas para o 1T/25.
- Os fluxos comerciais do T1/25 podem se estreitar se a produção da Índia não for suficiente, aumentando o desequilíbrio entre oferta e demanda e, possivelmente, elevando os preços.
- A força da tendência de alta de curto prazo dependerá do ritmo da demanda e das condições de desenvolvimento da safra no Centro-Sul do Brasil. Se essas últimas se deteriorarem, os fluxos comerciais poderão se tornar altistas.
Conforme discutido em relatórios anteriores, a estrutura macroeconômica atual não é favorável ao complexo de commodities. Especificamente para o açúcar, após a eleição de Trump, o dólar mais forte e o real brasileiro mais fraco, impulsionados pelas mudanças previstas na política fiscal do Brasil, criaram um ambiente favorável para as exportações do Centro-Sul, o que limitou os ganhos do açúcar. Riscos como a desvalorização das moedas dos mercados emergentes, reduzindo seu poder de compra, e uma economia chinesa mais fraca também aumentaram a pressão sobre o lado da demanda, reduzindo os prêmios FOB.
Figura 1: Prêmio FOB Porto de Santos do Açúcar Bruto - Mensal (USc/lb)
Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Figura 2: Balanço de Açúcar - México (Mt Out-Set)
Fonte: Conadesuca, Greenpool, Hedgepoint - dados de exportação obs. combinam exportações e IMMEX
Figura 3: Caso Base | Fluxos comerciais totais ('000t tq)
Fonte: GreenPool Hedgepoint
Figura 4: Não Índia | Fluxos comerciais totais ('000t tq)
Fonte: GreenPool Hedgepoint
Outro fator que pode levar a preços mais altos é a deterioração das condições de desenvolvimento da safra no Centro-Sul brasileiro para a temporada 25/26. Se as chuvas se tornarem escassas novamente ou se, em fevereiro, houver preocupações quanto à qualidade da cana e à capacidade de obter um mix de açúcar mais elevado, a demanda não terá alternativa, e os fluxos comerciais poderão se tornar altistas.
Figura 5: Principais paridades do mercado de açúcar (c/lb)
Fontes: Bloomberg, Refinitiv, Hedgepoint
Em resumo
A estrutura macroeconômica não é favorável ao complexo de commodities, especialmente ao açúcar. Após a eleição de Trump, o dólar mais forte e o real brasileiro mais fraco favoreceram as exportações, limitando os ganhos do açúcar. Riscos como a desvalorização das moedas dos mercados emergentes, rumores de estoques mais altos nas refinarias e uma economia chinesa mais fraca pressionaram a demanda, diminuindo os prêmios FOB.
Simultaneamente, os fundamentos parecem estáveis, mas o aperto na disponibilidade pode não ser tão grave quanto o esperado no quarto trimestre de 2024. A temporada do México começou de forma saudável, e o Brasil continua avançando. Prevê-se um déficit maior apenas no 1T/25.
Os fluxos comerciais do 1T/25 podem se tornar mais apertados se a produção da Índia ficar aquém de nossas expectativas. Espera-se que o desequilíbrio entre oferta e demanda se amplie, o que pode levar a preços mais altos. Essa tendência pode ser excepcionalmente forte se as condições da safra no Centro-Sul do Brasil se deteriorarem. Caso contrário, o ritmo da demanda será a principal variável de monitoramento no que diz respeito à ação dos preços durante a entressafra brasileira.
Relatório Semanal — Açúcar
Escrito por: Lívea Coda
livea.coda@hedgepointglobal.com
Revisado por: Laleska Moda
laleska.moda@hedgepointglobal.com
www.hedgepointglobal.com
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