Aug 11 / Natália Gandolphi

Relatório Semanal de Café - 2023 08 11

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  • As tendências do mercado estão alinhadas com os fundamentos de 23/24, antecipando o encerramento da colheita no Brasil e a florada de 24/25 para obter insights sobre a próxima safra.

  • As discussões giram em torno das dinâmicas de arábica/robusta, da arbitragem NY-LN e das exportações de robusta. Em julho, as exportações brasileiras viram um aumento nos embarques de arábica, enquanto o robusta superou as médias, resultado dos destinos aproveitando diferenciais FOB mais favoráveis em comparação ao Vietnã, Indonésia e Índia.

  • Apesar das perspectivas pautadas pela demanda por robusta, o mercado de NY permanece em consolidação, impulsionado por índices de vegetação positivos e folhagem saudável para a safra 24/25 do Brasil. No entanto, o iminente El Niño adiciona um elemento de incerteza.

  • Em resumo, o foco do mercado continua nas evoluções das dinâmicas da colheita no Brasil, nas exportações de robusta e na consolidação de NY, em meio à expectativa pela safra 24/25, com otimismo cauteloso em relação a seu potencial.

  • Exportações brasileiras refletindo diferenciais nas origens

    Nesta semana, os preços mantiveram a tendência de consolidação - refletindo os fundamentos de 23/24 que já foram precificados pelo mercado. Ao chegarmos a meados de agosto, todos os olhos se voltam para o Brasil, à medida que a colheita entra em suas últimas etapas e a florada de 24/25 nos próximos meses oferecerá a primeira visão do potencial da próxima safra.

    No entanto, alguns fundamentos ainda podem contribuir para a discussão, especialmente no que diz respeito ao blend de arábica/robusta nas origens e destinos, e consequentemente, para onde a arbitragem entre NY e LN pode estar direcionada.

    As exportações brasileiras de julho mostram dois pontos principais: i) os embarques de arábica retornando aos níveis médios após um semestre com volumes relativamente mais baixos - consequência de vendedores mais ativos nas semanas anteriores; e ii) exportações de robusta/conilon acima dos níveis médios para o período.

    Como destacado em relatórios anteriores, o Brasil tinha o potencial de fornecer mais robusta ao mercado internacional devido aos elevados diferenciais FOB no Vietnã, Indonésia e Índia. Além disso, o spread interno também encurtou, levando a níveis mais elevados de exportações.


    Figura 1: Exportações de Café do Brasil - Arábica (‘000 sacas)
    Figura 2: Exportações de Café do Brasil - Conilon (‘000 sacas)

    Fonte: Cecafé

    Fonte: Cecafé

    Esperamos que as exportações brasileiras de conilon mais que dobrem no ciclo 23/24, passando de 1,47 milhão de sacas para 3,7 milhões.

    O aumento deve ser impulsionado especialmente por destinos tradicionais, e as exportações deste mês já demonstram isso: as importações da União Europeia passaram de 56 mil sacas no mês passado para pouco mais de 230 mil, com a Bélgica como principal destino.

    No entanto, números acumulados para este ano apontam que a Colômbia ainda é o principal destino - com um total de 290 mil sacas de janeiro a julho.

    Intuitivamente, os níveis de arbitragem NY-LN estão positivamente correlacionados com a demanda global por robusta, como visto no Gráfico #4.

    Ainda assim, a maior parte do efeito é observada no próximo ciclo. O que isso significa para a demanda por robusta em 23/24? Vemos potencial para um aumento no próximo ciclo, embora menor do que o que está sendo observado atualmente no ciclo 22/23, à medida que o mercado se ajusta aos novos níveis de arbitragem.


    Figura 3: Exportações Brasileiras de Conilon por Destino (‘000 sacas)
    Figura 4: Arbitragem NY-LN t-1 vs. Variação da Demanda de Robusta a/a

    Fonte: Cecafé

    Fonte: hEDGEpoint Global Markets, Refinitiv, ICE

    Em resumo

    As exportações brasileiras confirmaram as expectativas de que o mercado internacional continua faminto por robusta, e que o Brasil, com diferenciais mais baixos em comparação com outras origens tradicionais, está emergindo como uma alternativa.

    Ainda assim, NY permanece em consolidação, em antecipação à próxima safra 24/25 no Brasil. A maioria dos agentes de mercado está otimista com o potencial que a safra possui atualmente - com índices de vegetação positivos em todas as regiões e um aspecto saudável da folhagem nas árvores.

    No entanto, um obstáculo pode ser encontrado com o El Niño: espera-se que o fenômeno persista durante todo o período de desenvolvimento da safra.


    Relatório Semanal — Café

    Escrito por Natália Gandolphi
    natalia.gandolphi@hedgepointglobal.com

    Revisado por Lívea Coda
    livea.coda@hedgepointglobal.com

    www.hedgepointglobal.com

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