Sep 22 / Natália Gandolphi

Relatório Semanal de Café - 2023 09 22

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  • Os preços do café tiveram dificuldade para quebrar a resistência de 160 c/lb nesta semana, influenciados pelos acontecimentos climáticos no Brasil.

  • No início, a falta de chuvas e as temperaturas elevadas levantaram preocupações sobre a florada e pegamento dos chumbinhos para a safra 24/25. No entanto, os dados sugerem que as lavouras se saíram melhor do que em 2021 ou 2022.

  • Os dados de comercialização de safra indicam uma liquidez melhor, mas ainda abaixo das expectativas. A perspectiva de estoques mais altos no último trimestre do ano, quando outras origens de arábica iniciam a colheita, também exerce pressão sobre os preços.

  • Os modelos de previsão do tempo mostram divergência, com o modelo americano prevendo chuvas próximas de zero, enquanto o modelo europeu é ligeiramente mais otimista. Chuvas são necessárias para manter a saúde das lavouras e reduzir os riscos de pragas, como a broca, que prospera em condições secas e temperaturas elevadas, especialmente em áreas de menor altitude densamente plantadas.
  • Clima brasileiro abala o mercado novamente

    Nesta semana, os preços do café não conseguiram romper a marca de resistência de 160 c/libra no segundo contrato. A maior parte desse efeito pode ser atribuída ao retorno das previsões de precipitação na primeira semana de outubro no Brasil, após duas semanas sem chuva no radar.

    Ainda assim, é importante analisar os fatores subjacentes por trás do otimismo recuperado. Na semana passada, foram registrados níveis de chuva próximos de zero e temperaturas até 6°C acima do normal para o período - o que poderia ameaçar o desenvolvimento das floradas e dos chumbinhos para a safra 24/25.

    Apesar do padrão climático preocupante, dados recentes mostram que as áreas de cultivo não foram tão afetadas quanto em 2021 ou 2022. O Gráfico #1 mostra o Índice NDVI no Cerrado, e o Gráfico #2 mostra a mesma métrica para o Sul de Minas. O índice que mede a saúde das plantações de acordo com a capacidade de absorção de luz solar sugere que as condições realmente melhoraram na terceira semana de setembro.

    Consequentemente, a ameaça climática diminuiu e os preços responderam de acordo.

    Figura 1: Anomalia NDVI - Cerrado (Índice)
    Figura 2: Anomalia NDVI - Sul de Minas (Índice)

    Fonte: USDA

    Fonte: USDA

    Também é importante destacar os resultados dos dados de comercialização de safra no Brasil, indicando que, embora a liquidez tenha melhorado em comparação com agosto, o volume vendido desta safra ainda está abaixo da média esperada para o período.

    Essa perspectiva de estoques mais altos indo para o último trimestre do ano - quando outras origens de arábica começam sua colheita - também pressiona os preços.

    Ao contrário da semana passada, os modelos de previsão estão começando a se diferenciar: o modelo americano sugere níveis de chuva próximos de zero na maioria das áreas de café - com exceção das regiões Sul de Minas e Zona da Mata - enquanto o modelo europeu já apresenta uma visão ligeiramente mais otimista.

    No entanto, as chuvas precisam continuar para manter os níveis ótimos de NDVI observados até agora e também para reduzir a probabilidade de pragas. Por exemplo, a broca: as condições secas podem aumentar a atividade do besouro da broca do café, com temperaturas mais altas acelerando seus ciclos de vida, especialmente em áreas de menor altitude densamente plantadas.

    Figura 3: Comercialização de Safra no Brasil - Arábica (% do total)
    Figura 4: Previsão de Anomalia de Precipitação Set/23 a Out/7 (% do normal)

    Fonte: Safras & Mercado

    Fonte: World Ag Weather

    Em resumo

    Esta semana, os preços do café encontraram resistência em 160 c/lb devido a preocupações com o clima no Brasil. Apesar de um período de seca e temperaturas elevadas que ameaçaram a saúde das lavouras, os dados indicam condições melhores do que em 2021 ou 2022. Embora a liquidez tenha melhorado, a comercialização de safra se manteve abaixo das expectativas médias.

    A perspectiva de estoques mais altos no último trimestre do ano, coincidindo com a colheita de outras origens de arábica, também está impactando os preços. As previsões climáticas divergem, com o modelo americano prevendo chuvas mínimas e o modelo europeu mostrando uma perspectiva ligeiramente mais otimista. As chuvas são cruciais para a saúde das lavouras e o controle de pragas, especialmente o besouro da broca do café, em áreas de menor altitude densamente plantadas.

    Relatório Semanal — Café

    Escrito por Natália Gandolphi
    natalia.gandolphi@hedgepointglobal.com

    Revisado por Victor Arduin

    victor.arduin@hedgepointglobal.com

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