
Os preços do café podem seguir em alta em 2025?
- O ano de 2024 foi marcado pela alta volatilidade dos preços do café, com os futuros do arábica e do robusta atingindo recordes. Em 2025, no entanto, as cotações de café ainda devem permanecer voláteis, devido à fatores relacionados à oferta.
- Enquanto no ano anterior, o robusta ditou a maior parte do comportamento dos preços, nesse ano, o arábica deve ter maior influencia sobre as cotações.
- Com a entrada gradual da safra vietnamita 24/25 no mercado e melhores perspectivas quanto ao conilon brasileiro em 25/26, a pressão sobre o robusta está sendo reduzida.
- As incertezas frente à safra 25/26 de arábica do Brasil, tem impulsionado os preços da variedade e levado à arbitragem entre os futuros do arábica e do robusta a se alargar, o que pode influenciar o direcionamento da demanda em 2025.
- Dado o déficit esperado em 24/25 e as incertezas frente à 25/26, os preços devem seguir mais sensíveis à variações da oferta.
Os preços do café podem seguir em alta em 2025?
Após a alta volatilidade em 2024, os preços do café tem tido menor flutuação neste início de 2025, a medida que muitos agentes retornam ao mercado após as celebrações de fim de ano e à espera de novas mudanças nos fundamentos. Apesar da relativa tranquilidade até o momento, esse próximo ano ainda pode ser marcado por grande flutuações nas cotações, mas, enquanto na maior parte de 2024 o foco foi o robusta, em 2025 o arábica deve ter maior influencia no mercado.
Vale lembrar que no ano passado a menor produção de robusta no Brasil e, especialmente, no Vietnã levaram os seus preços à níveis recordes. Isso porque, além do menor volume em 23/24, a produção no país asiático já havia sofrido reduções por algumas safras, o que levou os estoques domésticos ao seu nível mais baixo naquele ciclo, limitando as exportações do país (cheque nosso relatório anterior). Além disso, altas temperaturas e seca na primeira metade de 2024 trouxe um novo alerta para a produção vietnamita em 24/25, também atrasando a colheira e levando os contratos futuros à novas máximas em setembro/24.
No entanto, nos últimos meses o foco se voltou para a oferta de arábica do Brasil em 25/26. Dado que o período de enchimento dos grãos no país ocorre durante o primeiro trimestre de 2025, ainda há divergências sobre o real tamanho da próxima temporada, que ditará a direção dos preços neste ano. As chuvas, após outubro/24 vêm auxiliado no enchimento dos grãos e ainda pode ter um impacto positivo em 25/26, pelo menos em relação ao tamanho e qualidade dos grãos. Entretanto, estimativas mais acuradas deverão chegar ao mercado apenas no fim de fevereiro, passado o período de enchimento dos grãos.

Fonte: Refinitiv, ICO

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Além disso, ainda que de forma mais lenta que nas últimas safras, os grãos vietnamitas vêm chegado ao mercado de forma gradual, enquanto às perspectivas para o conilon brasileiro em 25/26 são mais positivas, reduzindo a pressão nos preços do robusta.
De fato, é interessante notar que, desde outubro, a arbitragem entre os contratos do arábica e do robusta vem aumentando, chegando aos níveis de 100 c/lb, não vistos desde 2022. Com as incertezas referentes ao arábica neste ano, a expectativa é de que a arbitragem siga mais larga, o que também pode elevar a demanda de robusta no ciclo 24/25 – anteriormente, esperávamos uma queda, devido à arbitragem mais estreita com o arábica.
Assim, esperamos que futuros do robusta tenham algum suporte, mas sigam em níveis inferiores aos recordes registrados de 2024. Para o arábica, no entanto, ainda há espaço para testar novas altas, à depender das perspectivas em relação à safra 25/26 do Brasil, especialmente após os futuros terem se aproximado dos níveis de 350 c/lb em dezembro.
Balanço Global de Café (M sacas)

Vale lembrar que esperamos que 24/25 termine com um novo déficit. Enquanto demanda por café manteve um comportamento mais inelástico em relação aos preços, com leve crescimento anual nos últimos anos a produção global enfrentou problemas. A redução da disponibilidade impactou diretamente os estoques, que caíram para níveis historicamente baixos entre 2023 e 2024. Por sua vez, estoque reduzidos aumentaram a sensibilidade dos preços a flutuações da produção.. Mesmo com um possível efeito negativo dos atuais níveis de preços na demanda, a oferta ainda seguirá como um ponto de suporte.
Além disso, com a maior parte dos produtores capitalizados e dispostos a aguardar maiores preços para negociarem, espera-se que os preços do café ainda encontrem suporte nos próximos meses, ao menos até a entrada da nova safra brasileira no mercado.

Fonte: Hedgepoint

Fonte: Hedgepoint
Em resumo
As últimas safras de café ao redor do globo foram marcadas por problemas de oferta, enquanto à demanda seguiu mais aquecida, o que levou não apenas à déficits nos últimos ciclos, mas também à redução dos estoques do grão, tanto nas origens quanto nos destinos.
Esse quadro aliado às incertezas quanto à safra de arábica do Brasil em 25/26 pode manter o suporte nas cotações, ao menos até a colheita se iniciar. Vale lembrar que produtores não apenas estão capitalizados como, no caso dos brasileiros, já venderam a maior parte da safra 24/25, o que deve limitar a oferta dos grãos do país nos próximos meses e levar à novas altas.
No caso do robusta, a oferta de grãos brasileiro também pode ser limitada no começo de 2025, devido à alta comercialização da safra 24/25. Porém, com a evolução da colheita da safra 24/25 no Vietnã, a oferta de grãos vietnamitas tem aumentado, reduzindo a pressão sobre os futuros do robusta e aumentando a arbitragem entre o arábica e a variedade. Além disso à perspectiva é de uma maior produção de conilon brasileiro em 25/26, o que pode levar os contratos do robusta à permanecerem abaixo dos recordes registrados em 2024
Relatório Semanal — Café
Escrito por Laleska Moda
laleska.moda@hedgepointglobal.com
Revisado por Lívea Coda
livea.coda@hedgepointglobal.com
www.hedgepointglobal.com
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