
Com oferta mais restrita no Brasil, exportações recuam
- As exportações de café do Brasil totalizaram 3,27 M de scs em fevereiro, recuo de 10,4% frente o ano anterior. Enquanto os embarques de Arábica recuaram 2% em um ano, o Conilon acumulou queda 60,1%.
- No acumulado da safra (Abr/24 – Fev/25) ambas as variedades seguem em níveis recordes e devem finalizar 24/25 em alta. Entretanto, a expectativa é de menores embarques nos próximos meses, visto a menor disponibilidade de café no país.
- Enquanto parte dos estoques de safras anteriores foi utilizada neste ciclo, a comercialização da atual safra (24/25) está acima dos últimos anos, indicando um cenário de oferta apertada no Brasil.
- Um maior volume de café brasileiro é esperado no mercado apenas após a colheita ganhar ritmo no país, após meados de junho. Em outras origens, especialmente do lado do Robusta, a oferta também é mais limitada, o que pode garantir algum suporte às cotações, mesmo com as preocupações em torno de uma queda da demanda.
Com oferta mais restrita no Brasil, exportações recuam
As exportações brasileira de café recuaram em fevereiro, com embarques totais de 3,27 M de scs, 10,4% inferior ao mesmo período de 2024. O desempenho foi reflexo especialmente da queda nos embarques de Robusta, que totalizaram 226,1 mil sacas no mês passado, frente às 566,6 mil sacas no ano anterior (-60,1%). As exportações de Arábica somaram 2,77 M de scs em fevereiro, leve recuo de 2% em um ano. Em termos de receita, as exportações seguem com desempenho positivo, com crescimento de 55,5% frente fevereiro/24 e recorde para o mês, refletindo os maiores preços de café.
Considerando o acumulado da safra 24/25 (Abr/24 – Fev/25) , os embarques seguem com resultados positivos. O Arábica já soma 33,84 M de scs, elevação de 13,7% frente o mesmo período de 23/24, com volume recorde. Para o Conilon, apesar da queda nos embarques nos últimos meses, o acumulado da safra segue em níveis recordes e com alta de 46,5% frente 23/24, totalizando 8,03 M de scs.
Assim, a expectativa é de que um novo recorde seja atingido nas exportações de 24/25, tanto para o Arábica quanto para o Conilon. Por outro lado, os próximo meses podem ser marcados por embarques menores, visto a menor disponibilidade de café no Brasil.

Fonte: Cecafé

Fonte: Cecafé
Enquanto a safra 24/25 foi menor do que inicialmente esperado, o ritmo aquecido das exportações levou a uma redução dos estoques nacionais de café e de vendas acima da média para a temporada corrente. Assim, até fevereiro deste ano, cerca de 91% da safra 24/25 de Arábica havia sido comercializada, enquanto para o Conilon, esse percentual foi de 97%. Com isso, é de se esperar que as vendas e as exportações brasileira sigam restritas nos próximos meses, ao menos até que a colheita da safra 25/26 se intensifique.
Espera-se que os trabalhos de campo de 25/26 se iniciem em abril em algumas regiões (especialmente nas de Conilon), mas costumam se intensificar apenas no fim de maio, com um volume mais significativo de café novo chegando ao mercado após meados de junho. Desse modo, nos próximos meses o mercado dependerá de outras origens para suprir a demanda, especialmente considerando o café Robusta.

Fonte: Safras & Mercado

Fonte: Safras & Mercado
Ainda que a oferta na Indonésia em 24/25 tenha aumentando, os atuais níveis de exportação do país indicam que a oferta pode seguir mais restrita, à medida que produtores dessa região também se preparam para a colheita da safra 25/26. Ademais, no Vietnã, maior produtor de Robusta do mundo, a disponibilidade de grãos também pode ser mais reduzida devido a menor safra em 24/25, menores estoques e a relutância de produtores (agora capitalizados) de vender maiores quantidades de café (veja nosso relatório sobre a Ásia).
Nesse sentido, enquanto que em 2024 o Brasil acabou suprindo boa parte da demanda pelo Robusta no primeiro semestre, em meio a volume mais baixo no Vietnã, neste ano a disponibilidade brasileira é menor, o que poderia oferecer um suporte aos preços, ao menos até a entrada de um maior volume da safra 25/26 do Brasil e da Indonésia. Do Arábica, enquanto a oferta do tipo lavado tende a aumentar no primeiro semestre – dado a colheita na Colômbia e América Central - do lado dos grãos naturais, a menor disponibilidade no Brasil também tende à oferecer suporte aos preços no curto prazo, tanto no mercado futuro (especialmente para os contratos Maio/25 das variedades) quanto nos preços locais.
No Brasil, por exemplo, o basis tanto do café Arábica bebida dura tipo 6 quanto do Conilon 7/8 voltaram a aumentar após a queda em fevereiro, mostrando o fortalecimento dos preços domésticos, visto a menor disponibilidade brasileira. A expectativa é de que o basis se fortaleça, ao menos até o começo da safra nova, especialmente do lado do Conilon, visto que a disponibilidade é menor.

Fonte: Safras & Mercado, Hedgepoint

Fonte: Safras & Mercado, Hedgepoint
Em resumo
Apesar de seguirem rumo a um novo recorde, as exportações brasileiras de café tem se enfraquecido em 2025. A queda é mais expressiva do lado do Conilon e a expectativa é de que os embarques sigam mais baixos nos próximos meses, tanto para essa variedade quanto para o Arábica, devido à menor disponibilidade no Brasil. Não apenas os estoques e safras anteriores foram utilizados nos últimos meses para suprir as exportações, mas a própria safra 24/25 foi intensamente comercializada, restando menos de 10% disponível.
Assim, o cenário para os próximos meses ainda é de aperto de oferta, ao menos até a entrada da nova safra 25/26. Vale destacar que não apenas o Brasil deve contribuir para o quadro de aperto, mas também o Vietnã, onde a disponibilidade é menor. Além disso, na Indonésia, produtores podem seguir mais retraídos à medida que se preparam para a colheita da safra 25/26. Dessa forma, apesar das apreensões quanto a demanda, os preços do café, ainda podem ter um suporte no curto prazo.
Relatório Semanal — Café
Escrito por Laleska Moda
laleska.moda@hedgepointglobal.com
Revisado por Carolina França
carolina.franca@hedgepointglobal.com
www.hedgepointglobal.com
Aviso legal
Este documento foi preparado pela Hedgepoint Schweiz AG e suas afiliadas (“Hedgepoint”) exclusivamente para fins informativos e instrutivos, sem a intenção de criar obrigações ou compromissos com terceiros. Não se destina a promover ou solicitar uma oferta de venda ou compra de quaisquer valores mobiliários, commodity interests ou produtos de investimento.A Hedgepoint e suas associadas renunciam expressamente a qualquer responsabilidade pelo uso das informações contidas neste documento que resulte, direta ou indiretamente, em qualquer tipo de dano. As informações são obtidas de fontes que acreditamos serem confiáveis, mas não garantimos a atualidade ou precisão dessas informações. O trading de commodity interests, como futuros, opções e swaps, envolve um risco substancial de perda e pode não ser adequado para todos os investidores. Você deve considerar cuidadosamente se esse tipo de negociação é adequado para você, levando em conta sua condição financeira. O desempenho passado não é necessariamente indicativo de resultados futuros. Os clientes devem confiar em seu próprio julgamento independente e/ou consultar seus consultores antes de realizar qualquer transação. A Hedgepoint não fornece consultoria jurídica, tributária ou contábil, sendo de sua responsabilidade buscar essas orientações separadamente. A Hedgepoint Schweiz AG está organizada, constituída e existente sob as leis da Suíça, é afiliada à ARIF, a Associação Romande des Intermédiaires Financiers, que é uma Organização de Autorregulação autorizada pela FINMA. A Hedgepoint Commodities LLC está organizada, constituída e existente sob as leis dos Estados Unidos, sendo autorizada e regulada pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC) e é membro da National Futures Association (NFA), atuando como Introducing Broker e Commodity Trading Advisor. A HedgePoint Global Markets Limited é regulada pela Dubai Financial Services Authority. O conteúdo é direcionado a Clientes Profissionais e não a Clientes de Varejo. A Hedgepoint Global Markets PTE. Ltd está organizada, constituída e existente sob as leis de Singapura, isenta de obter uma licença de serviços financeiros conforme o Segundo Anexo do Securities and Futures (Licensing and Conduct of Business) Act, pela Monetary Authority of Singapore (MAS). A Hedgepoint Global Markets DTVM Ltda. é autorizada e regulada no Brasil pelo Banco Central do Brasil (BCB) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Hedgepoint Serviços Ltda. está organizada, constituída e existente sob as leis do Brasil. A Hedgepoint Global Markets S.A. está organizada, constituída e existente sob as leis do Uruguai. Em caso de dúvidas não resolvidas no primeiro contato com o atendimento ao cliente (client.services@hedgepointglobal.com), entre em contato com o canal de ouvidoria interna (ombudsman@hedgepointglobal.com – global ou ouvidoria@hedgepointglobal.com – apenas Brasil) ou ligue para 0800-8788408 (apenas Brasil). Integridade, ética e transparência são valores que guiam nossa cultura. Para fortalecer ainda mais nossas práticas, a Hedgepoint possui um canal de denúncias para colaboradores e terceiros via e-mail ethicline@hedgepointglobal.com ou pelo formulário Ethic Line – Hedgepoint Global Markets. “HedgePoint” e o logotipo “HedgePoint” são marcas de uso exclusivo da HedgePoint e/ou de suas afiliadas. O uso ou reprodução é proibido, a menos que expressamente autorizado pela HedgePoint. Além disso, o uso de outras marcas neste documento foi autorizado apenas para fins de identificação. Isso, portanto, não implica quaisquer direitos da HedgePoint sobre essas marcas ou implica endosso, associação ou aprovação pelos proprietários dessas marcas com a HedgePoint ou suas afiliadas.
Fale conosco
-
hedgepointhub.support@hedgepointglobal.com
-
ouvidoria@hedgepointglobal.com
-
Rua Funchal, 418, 18º andar - Vila Olímpia São Paulo, SP, Brasil